Quem de nós não gosta de ouvir uma boa história? Histórias de personagens destemidos e corajosos que enfrentaram perigos e provações; histórias de amor, que uniram casais apaixonantes e que viveram felizes para sempre; histórias de batalhas impressionantes que só um milagre poderia colocar fim; histórias de vitória e superação de peregrinos em jornada ou mesmo de homens e mulheres de sucesso, que começaram suas vidas em subúrbios ou condições sub-humanas. Há também histórias de super-heróis, de invenções exóticas e de magia, que transportam nossas mentes para essas realidades e nos sentimos como se estivéssemos vivendo cada uma dessas experiências.
São inúmeras as histórias que conhecemos e que amamos ouvir ou contar. Retiramos de boa parte delas, ensinamentos ou moral que nos levam a refletir sobre nossa condição e nossas atitudes. Somos confrontados, encorajados, descontraídos ou ficamos apreensivos. As histórias buscam de forma lúdica e prática traduzir o coração, os sentimentos e os propósitos daqueles que as contam, ou sobre quem é o objeto, ou personagem da narrativa.
Isso nos remete imediatamente à vida de Jesus. Certamente o nosso Senhor é o maior e mais importante contador de histórias que já existiu. Quando Ele ainda estava aqui na terra, por onde Ele passava, Ele alcançava as pessoas através de histórias, ou como conhecemos, as parábolas. Jesus não perdia uma única oportunidade de traduzir o Seu coração e ensino através de exemplos práticos e lúdicos para aqueles que as ouviam. O Senhor lidava com homens e mulheres simples, de pouco ou praticamente nenhum conhecimento da vontade, ou da Lei de Deus, e uma das intenções de Cristo ao ministrar essas histórias era de levar aqueles que O seguiam e criam nEle a se verem imersos no contexto em que a história se passava, compreendendo palpavelmente o ensino por trás de cada uma delas.
Essas histórias simples alcançavam o coração de pessoas simples, que em humildade, encontravam nos ensinos do Mestre a sua identidade e propósito. Entretanto, Cristo também usava as parábolas para confundir aqueles que o rejeitavam (Marcos 4.12). Ele estava cercado de gente que buscava somente seus próprios interesses ou faziam clara oposição às Suas exortações. Para eles, os exemplos simples que Cristo ministrava se tornavam um instrumento de confusão e obscuridade.
Cristo sabia do poder que uma história tem sobre a motivação do ser humano e, por isso, fazia uso delas, alcançando o coração de muitos daqueles que O seguiam. As parábolas de Jesus hoje também ministram ao nosso coração, nos exortando, ensinando e alertando a respeito de nossa condição e postura. Cada história que encontramos nos evangelhos são de inspiração divina e são calçadas pelo propósito de nos capacitar e instruir perfeitamente para toda a boa obra que Ele tem para nós (2 Timóteo 3.16-17). Elas refletem o contexto em que foram contadas, entretanto, carregam exortações e ensinamentos atemporais, pois atingem a unanimidade do ser humano, a sua pecaminosidade e necessidade de Deus.
Que possamos olhar para essas histórias contadas pelo nosso Senhor com olhos atentos para enxergar, ouvidos apurados para entender e corações abertos para receber edificação completa e frutífera, para não sermos meros ouvintes de histórias, mas servos obedientes e felizes.
Por: Pr. Daniel C. Dauaidar