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Igreja, sociedade e racismo

Igreja Viva | publicado há 5 meses

Neste ano de 2023, a Lei Áurea, que declarava todos os escravos de origem africana no Brasil livres, completou 135 anos e o Estatuto da Igualdade Racial Lei: 12.288/2010, que é baseado na Constituição Federal de 1988, completou 13 anos.

O Brasil sendo último país do ocidente a abolir a escravidão de sua sociedade, possuía a maior quantidade de escravos africanos trazidos para cá, há uma estimativa que durante todo o período escravagista chegou a quatro milhões de africanos. Estes números têm uma credibilidade duvidosa, podendo ser ainda maiores.

Na minha percepção esse foi um dos momentos mais tristes da humanidade. Pessoas foram escravizadas, simplesmente pelo tom de pele. Para nós cristãos, racismo é pecado pois é algo que vai contra a lei moral de Deus. Para nós, as normas divinas, que são totalmente baseadas no amor incondicional a Deus, deve sempre refletir na relação com o próximo. Portanto, com base na análise é claro que a falta de amor a Deus e ao próximo é resultante do pecado do homem. E assim é o racismo.

De onde veio o racismo? Desde o século XVIII e início do século XIX tendo como percussor "Joseph Arthur de Gobineau” (1816-1882) – o “pai do racismo moderno” –, filósofo francês e principal defensor da ideia de superioridade da raça branca. Daí por diante alguns autores distinguiram quatro ou cinco raças e alguns chegaram a especificar 20 raças. Lembrando que termo “raça” foi excluído da comunidade científica e com isso passou a ser utilizado para tratar problemas ligados ao valor socialmente atribuídos a certas características físicas "como casos de discriminação ou segregação racial ".

A Bíblia não fala e nem especifica a palavra racismo. Pois essa palavra apareceu pela primeira vez em um artigo publicado em uma revista francesa intitulada Revue Blanche, no ano de 1902.

Racismo é pecado. Injúria Racial é pecado. Preconceito é pecado. Apologia Racial é crime. Somos imagem e semelhança de Deus e qualquer ofensa a nós, como relatada acima desagrada a Deus. A Bíblia diz em Gálatas 3:28: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”

A Bíblia diz em Atos 10:34-35: “Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo.”

Existem várias passagens bíblicas, mostrando que os judeus não entenderam o que Jesus veio fazer, mas um dos objetivos era o fim do etnocentrismo. Principalmente aqueles que estavam ligados ideologicamente com algo (exemplo: Fariseus) possuíam muita dificuldade de entender o fim do etnocentrismo.
 

Lembrando: Que etnocentrismo é a convicção ou sentimento de um grupo étnico ser tratado com privilégio ou superioridade. (O que ocorre no racismo ou na xenofobia)

E Jesus com Suas palavras e milagres, sempre demostrou que a fé nEle substituiria a etnia judaica. Exemplo: Após o sermão do monte Jesus toca em um leproso e com o pedido de cura para o servo do centurião que não era judeu. A Bíblia está repleta de exemplos fortes sobre o fim do etnocentrismo.

Nós como igreja devemos agir como o Apóstolo Paulo “Sede meus imitadores com sou de Cristo” 1 Coríntios 11:1. Isso significa continuar com o fim do etnocentrismo.

Em Apocalipse 7:9 menciona: Depois disso olhei e vi uma multidão tão grande, que ninguém podia contar. Eram de todas as nações, tribos, raças e línguas. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, vestidos de roupas brancas, e tinham folhas de palmeira nas mãos.

Fomos comprados através do sangue de Jesus, neste versículo exemplifica o que iremos viver na glória com Jesus Cristo. Ser um só povo. Reforçando a missão de Jesus contra o etnocentrismo.

Diante de tudo o que ouvimos. O que fazer? Como igreja devemos buscar o conhecimento, adquirir sabedoria e ter ação como se fosse Jesus Cristo.

Fica aqui um desafio do saudoso “Martin Luther King Jr” A igreja não é um mero termômetro que registra as idéias e princípios da opinião popular; ela é o termostato que transforma os usos e costumes da sociedade.

Escrito por: Sergio Silva – Vice presidente do Conselho Nacional de Igualdade Racial

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