Há alguns anos atrás minha família e eu estávamos passando por um aperto financeiro. Deus não deixou faltar nada, mas precisei trabalhar em algumas coisas bem diferentes da área que estava acostumado!
Um dos homens no meu pequeno grupo da igreja me chamou para ajudar em uma reforma que ele estava fazendo em uma casa e ele me pagaria a diária justa. Ao chegar lá, percebi que eu realmente não sou do tipo MacGyver (ok, jovens! Perguntem quem é MacGyver para seus pais!) que sabe fazer de tudo. Então o meu destino foi lixar rodapé!
Notei que outros ajudantes, tinham habilidade em muitas outras áreas, mas eu...hmmmm…digamos que não era muito a minha. Passei então o dia inteiro lixando rodapé. No dia seguinte, fui…lixar rodapé. E assim até o final da semana.
Não foi um trabalho terrível, um pouco cansativo sim, mas eu me sentia muito menos "especialista" que os outros que mexiam com elétrica, tinta, trocavam piso, quebravam parede, enquanto eu, era apenas "o lixador".
No final daquela semana, aquele homem veio até mim e me entregou o mesmo valor que pagou para todos os ajudantes! Eu fiquei muito feliz mas um pouco confuso. Olhei pra ele e perguntei:
“Sério? É esse o valor? Mas eu nem fiz muita coisa!”
Ele me disse que ficasse tranquilo, que aquele valor era o que ele queria me dar!
Sabe, a parábola dos trabalhadores na vinha de Mateus 20.1-16 é bem parecida com a situação que aconteceu comigo, porém nessa parábola, nossa tendência é nos colocarmos no lugar dos "ajudantes experientes".
Na parábola, um patrão contrata ajudantes para a colheita de sua vinha, logo de manhã, bem cedo. Ele combina um pagamento digno e justo para um dia de trabalho. Depois as 9h ele contrata mais trabalhadores, e também ao meio dia, as 15h e até as 17h quando só faltava uma hora de trabalho.
Para surpresa dos que iniciaram cedo de manhã, todos receberam exatamente a mesma coisa! Que injusto, certo?
Na verdade não! E se começarmos a nos ver no lugar do trabalhador que começou as 17h? Que passou o dia todo em busca de trabalho mas que até aquele momento não tinha ideia de como levaria pão para casa naquela noite?
E se começarmos a enxergar a generosidade incompreensível de um Deus que dá a todos da mesma forma? E se olharmos para a graça (favor imerecido) e não nos compararmos com outros
Você e eu somos o trabalhador inexperiente, que recebeu o privilégio de trabalhar na vinha de um Senhor perfeito que ainda por cima nos recompensa justamente.
Talvez você precise deixar de tentar compreender e simplesmente agradecer pela generosidade incompreensível de Deus!