Há mais de dois mil anos, em uma pequena cidade chamada Belém, na região que hoje conhecemos como Israel, nasceu uma criança que mudaria o curso da história. Segundo as antigas profecias judaicas, escritas centenas de anos antes, este bebê seria o Salvador prometido por Deus — o Messias que traria esperança e redenção para toda a humanidade.
Primeiro, chegaram os pastores — pessoas simples que cuidavam de ovelhas nos campos próximos. Eles foram avisados por anjos sobre o nascimento especial e correram para ver o bebê. Mas houve também outro grupo notável: os magos do Oriente. Estes homens, diferentes dos pastores em praticamente todos os aspectos, eram estudiosos e possivelmente membros da nobreza de suas terras. Eles observavam os céus e estudavam antigas escrituras, buscando sinais de eventos importantes. Quando viram uma estrela extraordinária, compreenderam seu significado e empreenderam uma longa jornada para encontrar aquele que ela anunciava.
Os magos não chegaram de mãos vazias. Trouxeram três presentes, cada um carregado de profundo simbolismo: o ouro, metal precioso tradicionalmente oferecido a reis, simbolizando que reconheciam em Jesus um governante divino; o incenso, substância aromática usada em rituais religiosos, indicando que viam nele a presença do próprio Deus; e a mirra, um bálsamo usado no preparo de corpos para o sepultamento, prenunciando que este bebê divino experimentaria a morte humana.
Este encontro entre pessoas tão diferentes — pastores humildes e sábios nobres — diante de uma manjedoura, um simples cocho de alimentação de animais, carrega uma mensagem poderosa: a salvação oferecida por Deus através de Jesus não conhece barreiras sociais, culturais ou étnicas. Os pastores representavam o povo judeu, enquanto os magos simbolizavam todas as outras nações. Esta diversidade de visitantes mostrava que a promessa de Deus era verdadeiramente universal.
Ao celebrarmos o Natal hoje, somos convidados a refletir sobre esses eventos extraordinários e seu significado permanente. Assim como os magos, podemos oferecer nossos próprios "presentes": reconhecer Jesus como autoridade em nossas vidas, como simbolizado pelo ouro; dedicar tempo para adoração e conexão espiritual, representado pelo incenso; e demonstrar gratidão pelo sacrifício de amor que ele faria mais tarde na cruz, simbolizado pela mirra.
O Natal vai muito além de uma simples celebração. É a lembrança de um momento em que antigas promessas se cumpriram, quando o divino encontrou o humano de forma única, e quando uma mensagem de esperança e amor universal foi apresentada ao mundo através de um bebê nascido em circunstâncias humildes.
Que, neste Natal, possamos todos compreender e celebrar este significado mais profundo!
Um abraço fraterno,
Pr. L. Roberto Silvado